quinta-feira, 14 de março de 2013

O filho pródigo


[Voltei e ninguém percebeu.]

O sabor do nada,
do lugar nenhum,
da disformidade
e do desdouro,
espalhou-se rápido,
como veneno de cobra.

Percorreu todas as vias:
Inundou meu peito,
meu juízo,
meu Deus...

Como pôde este lugar -
que sempre me pareceu um inferno -
deixar-se invadir pelo frio?

Me arrastei sonolento
pelas ruas,
pelas praças
e pelos bares,

mas fizeram questão
de pintar todas as paredes
e rebatizar todas as avenidas.

Das casas que morei,
só restaram ruínas:
Não reconheço nada.

Fui até o porto
e
não havia um único navio.

Tuan R. Fernandes - Março de 2013

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