[Voltei e ninguém percebeu.]
O sabor do nada,
do lugar nenhum,
da disformidade
e do desdouro,
espalhou-se rápido,
como veneno de cobra.
Percorreu todas as vias:
Inundou meu peito,
meu juízo,
meu Deus...
Como pôde este lugar -
que sempre me pareceu um inferno -
deixar-se invadir pelo frio?
Me arrastei sonolento
pelas ruas,
pelas praças
e pelos bares,
mas fizeram questão
de pintar todas as paredes
e rebatizar todas as avenidas.
Das casas que morei,
só restaram ruínas:
Não reconheço nada.
Fui até o porto
e
não havia um único navio.
Tuan R. Fernandes - Março de 2013
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