terça-feira, 22 de março de 2011

Coerência

Lutava pela coerência.
Pensava e logo tentava ser,
mas a consciência da hipocrisia me matava.
De apêndice, tinha a certeza da incompetência e o gosto do fracasso.
Um dia a razão deixou de bastar,
as verdades naufragaram.
Deixei de ser,
mas eu já não era nada.

Tuan R. Fernandes

domingo, 20 de março de 2011

Destino?

Na incógnita do próximo passo,
impotente, tento comandar-me em vão.
Quem escreveu tudo que faço?
Quem que me possui na palma da mão?

Se uma boca eu esqueço e outra eu beijo,
na euforia de um amor que é certo,
porque pela esquecida me veio o desejo?
porque a que agora eu amo não estava por perto?

Há tempos o futuro está escrito?
foi na grande explosão ou antes disso?
Estranho que tudo pareça incerto.

E se o futuro não for bonito?
Eu disser não pra tudo isso
E a morte não estiver por perto?


Tuan R. Fernandes

quarta-feira, 16 de março de 2011

Café, Apenas...

Me encosto no terraço
e percebo que o café quentinho
faz mais sentido imerso neste cheiro de mato,
dentro deste silêncio,
dentre estas árvores.

Subversivo café, este meu.
Não me acorda, não me mantém trabalhando.
Não preciso dele para produzir.
Aqui, ele se reduz a simplicidade de sua essência:
ser gostoso e quentinho. E extremamente cheiroso!

Tuan R. Fernandes