quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Culpa

Nada sei
sobre o brilho
das coisas.
Nem sobre o betume
que a tudo envelhece.

Meu peito ainda queima:
A música acabou:
haviam violinos,
agogôs,
e uma voz,
sem palavras.

Aperto
com força
meu peito
para estancar
a dor,
mas é inútil.

[Eu só sei
que nas trevas,
nem a lua.]

Amanhã
não haverá
quem lembre
de cada sacrifício,
nem de cada recomeço.

E quando
se dissipar
a memória do fim,
não haverá mais nada.

Tuan R. Fernandes
Abril de 2014

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